sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fazendo as Malas

Para quem decide viajar, uma parte não tão agradável desta jornada diz respeito ao que colocar na mala. Vamos tentar otimizar este processo.

Com quanto dias antes devo começar a preparação? Dois dias ÚTEIS são suficientes. Na verdade, não se trata apenas de separar o que vai ser posto na bagagem, podendo haver outros preparativos, tais como: mandar lavar alguma roupa que porventura esteja suja e que se deseja levar na viagem; comprar alguma medicação de uso contínuo ou que exija receita; tirar cópias de trechos de algum guia de viagem, etc. 

Outras perguntas precisam ainda ser respondidas: que lugares vai visitar? Como é o clima? Quantos dias de viagem? Na última viagem que fiz, fui cobaia de mim mesmo! Explico: no roteiro, havia praias e montanhas, clima frio e calor de rachar catedrais (by Nelson Rodrigues), trekking (= necessidade de botas), enfim, uma variedade tamanha que, creio, servirá bem para a finalidade a que aqui me proponho.

A roupa do dia-a-dia

A menos que alguém esteja viajando para desfilar, penso que o melhor é priorizar roupas práticas e confortáveis.  Dentro desta lógica, camisas de tecido esportivo, tipo dry-fit, ainda são as minhas preferidas: não amassam, dificilmente desfiam, facilitam a transpiração, são fáceis de lavar, secam rápido, etc.

São mais caras que as tradicionais camisas de algodão? Geralmente sim, mas penso que valem o investimento. Dê preferências a marcas conhecidas, nas quais você confia. Ah, o termo dry-fit é apenas como a Nike resolveu chamar esta tecnologia. Outras marcas (Adidas, Puma...) possuem produtos semelhantes com nomes idem.

Bom, para uma viagem de três a quatro semanas, meia dúzia são suficientes. Olha algumas delas aí:



A vantagem de escolher cores básicas ou, pelo menos, com estampas não tão marcantes, é que facilita para fazer a combinação com bermudas e calças. Creio que não preciso lembrar aqui o velho e manjado truque de fazer rolinhos com as camisas na hora de colocá-las na mala, confere?

Como antes mencionado, elas são fáceis de lavar e secam rápido. Não raro, eu mesmo lavo uma ou mais quando necessário. Não gosto de acumular muita roupa suja. Além disso, em destinos nos quais ficamos poucos dias - geralmente cidades pequenas - nem sempre há lavanderias automáticas; logo, seria preciso entregar a roupa para recebê-la de volta só no dia seguinte ou mesmo dias depois. Nestes casos, o chuveiro ou mesmo a pia do banheiro quebram um galho. Ah, levo sempre um sabão-de-côco comigo. Todo doido tem suas manias!

Tá vendo a blusa amarela? Ela foi lavada durante o banho e está secando! 

Mas voltando a tal combinação de peças, eis uma outra estratégia: jogue na cama todas as roupas que acha que vai usar durante a viagem e exclua aquelas que, na sua opinião, menos combinam entre si. Pronto: você já aliviou o excesso de roupas que levaria!

OK. Três a quatro semanas de viagem, seis camisas dry-fit para o dia e... quatro, não mais que quatro, calças, sendo: uma calça jeans (já no seu corpo, que é a mais pesada), uma calça social preta ou azul-marinho e "dos pantalones desmontables", como  nossos hermanos argentinos chamam a estas calças que se transformam em bermudas:



Como podem ver, é possível destacar a parte inferior e - dãããm - ficar só com a parte de cima. Admito que a preguiça às vezes fala mais alto e nem sempre faço isso, mas, ainda assim, há algumas outras vantagens neste tipo de calça: bolsos, muito bolsos, para guardar o telefone celular, a câmara, o MP3 Player, o dinheiro, mapas e por aí vai... São calças mais leves e menos quentes que os tradicionais jeans. Isto passa a contar quando se caminha bastante. Mais: a temperatura aumentou? Basta sacar a parte inferior e guardar na mochila. Pintou uma chuva? Não ficam tão pesadas e secam mais rápido que jeans ou sarja.

Cores neutras, de burro quando foge, são bem práticas. De qualquer modo, é sempre bom levar um calção e/ou uma bermuda para ficar mais à vontade, especialmente quando se está no quarto.

Se for para um hostel ou casa de um amigo, lembre-se de levar uma toalha também. Ah, hospedagens outras que não hotéis serão tratadas mais adiante.

Bom, quase concluindo: você já tem a roupa do dia de todo santo dia! Agora basta incrementar um pouco, até para não sair à noite todo jogado! Sugiro acrescentar duas ou três camisas polo e/ou sociais e uma de manga longa, se for seu estilo, usando-as com o jeans ou a calça social. Não sou muito de baladas e, óbvio, não vou ensinar Pai Nosso a padre. Assim, para quem faz vive a "night" já sabe que peças de roupa mais acrescentar, as variações, etc.

Também convém levar um agasalho para climas mais frios, ou mesmo um chapéu se vai ficar muito tempo sob o sol, o que é bastante comum se seu destino inclui trilhas ou praias. Como brasileiro não pode ver água que pula dentro (presente!), uma sunga também não pode faltar. Óculos escuros, idem.


A questão do frio merece um post à parte, que prometo fazer em breve, mas já adianto que não é nada do outro mundo e nem vai pesar na mala, já que a recomendação é que você traga o agasalho consigo, no avião ou no ônibus.


Quanto aos calçados, levo só um sapatênis preto, que engana durante o dia como tênis e passa por um sapato à noite. Além dele, só o bom e velho par de sandálias havaianas. A bota de trekking  viaja quando sei que vou fazer trilha. Neste caso, o sapatênis é que vai dentro da mala.

Claro que a depender do tipo de viagem, outras peças se farão necessárias e aí basta acrescentá-las.

Além disso, não raro, surgem boas chances de comprar roupas durante a viagem.

Eu sei, Penépole Charmosa, você está dizendo: "Isto não funciona com garotas". Sim e Não!

Aos fatos: já viajei com uma amiga, por quase um mês, que estava apenas com uma mala de rodinhas tamanho médio, fora, claro, a inseparável bolsa, também de um tamanho normal. E não a vi reclamando em nenhum momento da viagem que tenha faltado isto ou aquilo. No mesmo grupo, havia uma outra que parecia estar de mudança... e, pela troçada, para bem longe da civilização!

Veja este vídeo aqui. OK, não é uma viagem tão longa, mas a madame aí soube arrumar a mala direitinho.

Um amigo costuma dizer que reconhece os brasileiros fora do país pelo tamanho e/ou quantidade das malas. Será mesmo que precisa ser assim? Bom senso sempre. E viajando é que se aprende.

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