sábado, 21 de abril de 2012

Bagagem de mão - o que vai nela

Primeiramente, dê uma olhada na mochila abaixo:

Ela é bem simples, mas bem prática. Há um compartimento frontal menor, com acesso fácil. Há um bolso em cada lateral, de mais fácil acesso ainda, onde você poderá colocar coisas como um mapa, uma garrafa de água, etc. E, finalmente, há um compartimento maior, que pode ser trancado com um pequeno cadeado.

Se você está com ela na rua, e desde que não esteja muito pesada, o melhor é colocá-la de lado, com um dos braços repousando sobre a mesma. Neste caso, ela está segura e nem é preciso o uso do cadeado que, ao contrário, pode até chamar a atenção.

Porém, caso ela esteja um tanto pesada ou prefira carregá-la nas costas, é preferível a paranóia do cadeado, sobretudo na hora do rush no metrô ou mesmo em algum ponto turístico de grande aglomeração, dificultando a ação de algum gatuno. Obviamente, não é aconselhável sair por aí carregando grandes somas em dinheiro ou objetos de valor e, se o fizer, nada de guardar no compartimento menor, onde não é possível pôr um cadeado. Tenho a impressão de que hoje em dia qualquer lugar é mais seguro que o Brasil, mas não custa prevenir, até porque histórias de pickpockets (o famoso "mão leve") pululam mundo afora.

Dispensável lembrar que na mala ou mochila maior que você despacha no aeroporto o cadeado também se mostra útil, embora o risco maior aí seja de extravio. Meeedo! Reze!

De qualquer modo, vejamos o que vai na dita cuja:

A traquinaria eletrônica: netbook, celular, MP3 Player, câmera, cartão de memória, pendrive e  seus detestáveis amáveis carregadores.

Bom, todos os itens acima podem ser reunidos em um smartphone, mas isto não funciona para todo mundo, especialmente em viagens mais longas ou a depender das necessidades e conveniências de cada um!

Aos fatos.

O netbook: uso muito o e-mail. A maioria das mensagens apenas leio e deleto, mas ainda ficam muitas para responder. Ou seja, sem um teclado, nada feito. É por isso também que ainda não me rendi totalmente ao Ipad, embora reconheça que este, claro, tenha suas vantagens: inicializa super rápido, é mais leve, mais e melhores aplicativos surgem a cada dia, etc.

Além disso, o netbook ainda se justifica porque o considero mais seguro e prático para backups: as fotos tiradas com a câmara são religiosamente (ou quase) copiadas para ele ao fim de cada dia. E ainda para o pendrive! Sei, há um dispositivo não tão barato (como é típico da Apple), que permite copiar fotos do cartão de memória ou da câmara para o Ipad. Mas a memória interna deste pode não ser suficiente, ainda mais se você tem muitos "arquivos pesados" , tais como músicas, fotos, vídeos, etc.

O mouse vai porque ainda o prefiro ao touchpad, mas já estou menos ranzinza com o último. Já o Ipod ou qualquer outro MP3 Player dispensa explicações como o gadget campeão para matar o tempo. E claro: o netbook não cabe no bolso para sair por aí ouvindo seu som.

No entanto... para ler, mesmo offline, seja aquele conteúdo relacionado à viagem (onde você ainda pode digitar suas observações) ou o que você baixou da Internet porque sabia que ia ficar horas sem conexão, o netbook ainda é imbatível.

Aí ao lado, você ainda pode ver: um adaptador universal de tomadas (este cubo amarelo com peças pretas encaixadas); um benjamim ou "T" (sim, você vai precisar); um pendrive para as fotos ou outros arquivos; um cartão de memória extra (o outro fica dentro da câmera, que guardo dentro desta bolsa de tecido verde); um celular e os benditos carregadores.

Não vou dizer que ninguém precisa mais do que isso, já que fanáticos por fotografia viajam com mil lentes, tripé e sei-lá-mais-o-quê. Por outro lado,  é bem possível que você se contente com menos, a depender do seu estilo, do destino, tempo de duração da sua viagem, etc.

E claro: com todas estas peças miúdas (pendrive, cartão de memória, adaptador...) e fios e cabos, então uma necessaire para guardar tudo.

POP - Procedimento Operacional Padrão: fixe uma espécie de rotina a cumprir ou verificar, algo como: lembrar-se sempre de tirar o adaptador e o carregador da tomada após usar; deixar os cadeados sempre nas mochilas/malas ou mantê-los guardados na necessaire, e por aí vai. Se sua memória não é das melhores (presente!) ou você fica paranóico quando empresta ou pede algo emprestado a alguém, manter um POP é essencial.

As pastas - ou a nossa burocracia de cada dia

Mesmo com todas as facilidades da Internet e computação em geral, ainda não nos livramos do bom e velho papel.  E, acredite, a depender da viagem, você ainda levará uma boa quantidade dele consigo. Eis então o porquê das pastas.

São basicamente três: uma azul e uma amarela, bem fininhas, e outra branca, um pouco mais volumosa.

O que tem nas ditas cujas?

PASTA AZUL - Tudo o que você vai precisar manter consigo na viagem, como passaporte, certificado internacional de vacina (contra febre amarela, geralmente), seguro-saúde, dinheiro, cartão de crédito e até comprovante de renda ou algo que o valha! Caaalma que eu explico!

Óbvio que não é em toda viagem que você vai precisar disso tudo, mas tomei por base as exigências que podem ser feitas no famoso Espaço Schengen. Obrigado, União Européia, por toda esta burocracia!

Não preciso relembrar aqui aquelas estórias terríveis de brasileiros barrados no aeroporto de Madri ou o frio na espinha que muitos dizem sentir com a imigração britânica (presente!). Também não posso garantir que  seguindo estas dicas você pode correr para o abraço, já que cada país é soberano e pode vedar a entrada de qualquer estrangeiro; sem falar que os oficiais de imigração, assim como o amor, tem razões que a própria razão desconhece...

Mas, em todo caso, eis o que costuma ser exigido:

1. Passaporte, com validade mínima de seis meses. Ou seja: seu salvo-conduto não pode estar para perder a data de validade amanhã. Acrescento também uma cópia do dito cujo para andar com ela, deixando o original são e salvo no hotel. Eu sei, eu sei, podem pedir seu passaporte quando de alguma compra no cartão, ou na hora de fazer câmbio, ou mesmo algum policial na rua... mas comigo sempre funcionou a cópia e a explicação da segurança. Fica a seu critério. E que Deus nos proteja a todos!

Ah, este pequeno papel branco ao lado da cópia do passaporte é um formulário com meus dados: nome, telefone, endereço, e-mail, telefones de parentes no Brasil, tipo sanguíneo... enfim, dados essenciais na eventualidade de alguma emergência, que, graças a Deus, até agora, nunca aconteceu.

E lembrando: se sua viagem é para algum país que exige VISTO ANTECIPADO, isto é, em que ele não é concedido quando do desembarque, a exemplo dos Estados Unidos ou Moçambique, trate de obtê-lo também, claro. 

2. Seguro-Saúde. Ninguém quer usar, mas é melhor ter. E como diria sua avó: melhor prevenir que remediar; prudência e canja de galinha não fazem mal a ninguém...e, para variar, a União Européia pode exigir. Uma apólice básica, de valor simbólico, algo assim como 30.000 euros... Caaalma! 30.000 euros é o valor mínimo da cobertura exigida pelo chato do Tratado de Schengen! O que você paga para ter esta cobertura é um valor bem menor e calculado de acordo com o número de dias de sua viagem ou outros fatores como "cobertura para prática de esportes radicais" e por aí vai. Bom, toda agência de viagem vende este tipo de seguro, mas se você quiser comprar pela Internet, e ainda economizar uma grana, dá uma olhada neste "post" aqui e também neste da mais-que-viajada-e-nunca-bastante-idolatrada Adriana Setti.

3. Certificado Internacional de Vacina contra Febre Amarela: primeiro, você toma a vacina num posto de saúde qualquer. Com sua carteirinha de vacinação (de cor branca) devidamente marcada, você ainda tem que obter o dito certificado internacional (de cor amarela). Instruções aqui. E por que cargas d'água eu preciso de mais este papel? Simples: porque desde a Bolívia até Portugal, muitos países podem exigi-lo de você. E faça o quanto antes, pois tudo toma tempo, ainda mais considerando que a vacina precisa ser tomada com pelo menos dez dias de antecedência da sua viagem. Veja por outro lado: ela vale por dez anos, mais que seu passaporte! Com a palavra, o mestre (salve, salve!) Ricardo Freire: aqui e aqui.

4. Dinheiro, cash, money, efectivo, plata, bufunfa! Euro e dólar são as moedas mais comuns e reza a lenda que a União Européia pode pedir que você comprove possuir 60 euros para cada dia de viagem. O mais comum, porém, é não perguntarem se você traz dinheiro consigo, já que isto é algo básico. Podem perguntar o quantum e então diga a verdade e esteja com ele ali fácil para mostrar. Um amiga minha, embora super viajada e de excelente$ condiçõe$ financeira$, costuma levar uma pequena fortuna em euros. Acho até que bem mais do que os 60€/dia ditos exigíveis. É a única pessoa que conheço que faz isto. Levo apenas duzentos euros e o que segue abaixo:

5. Cartões de Débito e Crédito, duas bandeiras, dois de cada, no mínimo! Se esta minha amiga estivesse lendo isto - o que duvido, já que para ela só falta conhecer a lua - com certeza diria: "Olha aí o maluco dos cartões". Cada louco com sua mania, mas vamos por parte. Um cartão de débito e crédito hoje é essencial, o que dispensa maiores explicações. Se for uma viagem para o exterior, então convém que seja um cartão internacional. Com ele, além de fazer suas compras, você pode sacar dinheiro direto em moeda local nos caixas eletrônicos. Basta verificar se as bandeiras constantes naquele caixa "batem" com as do seu cartão. Isto é, se no caixa tem a bandeira X e no seu cartão também, BINGO, tá valendo. Ou quase. Alguns caixas eletrônicos podem ser esnobes e rejeitar seu cartão. Aconteceu com um amigo meu: ele foi todo feliz sacar dinheiro, com seu cartão novinho em folha, com limites para saque e gastos bastante consideráveis... e nada! Foi preciso usar o cartão da esposa, mais velho, sem chip e com limite relativamente baixo! Logo, mais cartão, menos chance de decepção. Na prática: viajo com dois cartões bancários de débito e crédito das bandeiras mais comuns (Mastercard, maestro / Visa, cirrus) e levo outros dois, de outro banco, com as mesmas duas bandeiras, como "reserva", caso perca aqueles primeiros (Deus me livre!) ou os tais não funcionem. E claro: pode mostrá-los na imigração também, se vierem com perguntas indiscretas sobre seu sustento na viagem. Uma fatura do cartão ou um extrato bancário, acompanhando, ajudam. Isto é, dizem, pois nunca me pediram. Mas que faz sentido, faz.

E lembre-se de, ainda no Brasil, habilitar seus cartões junto ao banco e/ou a administradora para uso no exterior. Chego mesmo a informar os países para os quais viajarei e as datas de partida e retorno. Imagine se você usa apenas seu cartão no Brasil e, de repente, aparece uma compra lá do outro lado do mundo... há o risco da própria administradora bloquear temendo fraude, furto do cartão ou coisa do tipo. Enfim, não custa tanto dar um telefonema avisando de sua viagem e evitar possíveis transtornos.

6. Comprovante de vínculo com o Brasil: pode ser o extrato bancário, declaração de imposto de renda, contracheque... como, se tudo isto está escrito em português? Também nunca me pediram, mas costumo levar um extrato bancário e a carteira do trabalho. Enfim, ajuda a mostrar que você está ali para gastar e voltar, não para ficar!

7. Bilhete de volta: nunca me pediram, mas, via de regra, é necessário, e o mais óbvio de ser exigido.

PASTA AMARELA - nela vão aqueles papéis de alguma importância, mas que você vai descartando ao longo da viagem, a saber:

1. Reservas de Hotel: estas sim são comumente pedidas pela imigração européia ou outra qualquer. No caso da União Européia, podem pedir as reservas de toda sua viagem! Na prática, pedem a do destino ao qual você está chegando. Vai ficar na casa de amigos? Já passei por esta experiência na Itália. Não me pediram nada e eu só tinha o e-mail do meu amigo com o endereço, tudo escrito em português e italiano. Em tese, para variar, podem pedir uma tal carta-convite, isto é, aquele bom e velho pedaço de papel ASSINADO por seu anfitrião local.  Reza a lenda que na França ainda exigem esta carta-convite com o carimbo do delegado!

2. Reservas de passeios, aluguel de carro:  usou, jogou fora. O papel, não o carro.

3. Bilhetes de vôos locais, trens, etc. Idem!

4. Mapas de como chegar no hotel, na estação tal, no ponto turístico X, etc.

PASTA BRANCA

A melhor de todas. O motivo de sua viagem. A mais gordinha. Nela vão seu guia, ou cópia de     trechos dele, recortes de revistas, folhetos, suas anotações... tudo o que se relaciona com o que você quer ver ou fazer na sua viagem.

Se há vários destinos, ainda faço uma outra subdivisão, como você pode constatar na imagem ao lado.

Ao longo do trajeto, você vai descartando seu arquivo secreto... ou não, para os mais saudosistas.

Bom, mas para você não esquecer nada, nadinha, aqui você encontra um check-list de viagem bem completo da PROTESTE.

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